Zürcher Nachrichten - Jovens indígenas usam tecnologia como 'arma' para proteger a Amazônia

EUR -
AED 4.322015
AFN 82.214801
ALL 97.829687
AMD 452.486126
ANG 2.106133
AOA 1079.178973
ARS 1450.462021
AUD 1.804832
AWG 2.121288
AZN 1.995996
BAM 1.953996
BBD 2.375907
BDT 144.346744
BGN 1.95398
BHD 0.44369
BIF 3505.638193
BMD 1.176859
BND 1.498648
BOB 8.131493
BRL 6.380812
BSD 1.176714
BTN 100.425145
BWP 15.585612
BYN 3.850845
BYR 23066.427915
BZD 2.363618
CAD 1.603593
CDF 3395.237477
CHF 0.935197
CLF 0.028536
CLP 1095.05973
CNY 8.432662
CNH 8.441134
COP 4709.376085
CRC 594.251409
CUC 1.176859
CUP 31.186752
CVE 110.164704
CZK 24.637887
DJF 209.536563
DKK 7.461319
DOP 70.424986
DZD 151.961006
EGP 58.019246
ERN 17.652879
ETB 163.306554
FJD 2.635223
FKP 0.862232
GBP 0.863614
GEL 3.201151
GGP 0.862232
GHS 12.178757
GIP 0.862232
GMD 84.147776
GNF 10205.665222
GTQ 9.047724
GYD 246.182733
HKD 9.238146
HNL 30.743358
HRK 7.534011
HTG 154.500653
HUF 398.778532
IDR 19108.652554
ILS 3.941536
IMP 0.862232
INR 100.695194
IQD 1541.463879
IRR 49575.166917
ISK 142.399583
JEP 0.862232
JMD 187.816615
JOD 0.834434
JPY 170.397935
KES 152.026299
KGS 102.916228
KHR 4727.71589
KMF 491.926539
KPW 1059.172417
KRW 1609.114612
KWD 0.359283
KYD 0.980686
KZT 611.110652
LAK 25356.59172
LBP 105432.468591
LKR 353.044083
LRD 235.934199
LSL 20.698792
LTL 3.474957
LVL 0.71187
LYD 6.338149
MAD 10.56175
MDL 19.821701
MGA 5295.111746
MKD 61.478246
MMK 2470.863045
MNT 4217.390708
MOP 9.514136
MRU 46.702886
MUR 52.899816
MVR 18.117969
MWK 2040.51627
MXN 21.946794
MYR 4.982781
MZN 75.27194
NAD 20.698616
NGN 1800.264346
NIO 43.300395
NOK 11.879622
NPR 160.677303
NZD 1.953144
OMR 0.451623
PAB 1.176714
PEN 4.172566
PGK 4.860554
PHP 66.665478
PKR 334.03603
PLN 4.244277
PYG 9377.343179
QAR 4.300784
RON 5.05849
RSD 117.07093
RUB 92.851465
RWF 1691.538433
SAR 4.41369
SBD 9.811381
SCR 16.606629
SDG 706.710603
SEK 11.270922
SGD 1.501619
SHP 0.924826
SLE 26.420386
SLL 24678.140035
SOS 672.479192
SRD 43.996894
STD 24358.596271
SVC 10.296407
SYP 15301.428614
SZL 20.682906
THB 38.300276
TJS 11.443533
TMT 4.130774
TND 3.428464
TOP 2.756322
TRY 47.032918
TTD 7.980565
TWD 34.167267
TZS 3106.906389
UAH 49.074696
UGX 4221.103231
USD 1.176859
UYU 47.226803
UZS 14776.359004
VES 128.834826
VND 30772.497813
VUV 139.373498
WST 3.050427
XAF 655.352003
XAG 0.032047
XAU 0.000355
XCD 3.180519
XDR 0.815048
XOF 655.352003
XPF 119.331742
YER 284.97608
ZAR 20.836927
ZMK 10593.143581
ZMW 28.505685
ZWL 378.947978
Jovens indígenas usam tecnologia como 'arma' para proteger a Amazônia
Jovens indígenas usam tecnologia como 'arma' para proteger a Amazônia / foto: MAURO PIMENTEL - AFP

Jovens indígenas usam tecnologia como 'arma' para proteger a Amazônia

Seu avô protegia o território indígena no estado de Rondônia com arco e flecha. Mas hoje a tecnologia é a "arma" de muitos jovens indígenas, como a ativista Txai Suruí, contra a extração ilegal de madeira e o garimpo na Amazônia.

Tamanho do texto:

A brasileira de 26 anos é uma das estrelas do Web Summit Rio, a maior conferência anual global de tecnologia que reúne nesta semana, pela primeira vez fora da Europa, mais de 20.000 empreendedores de grandes empresas de tecnologia, start-ups e investidores de todo o mundo.

"Hoje a tecnologia é como se fosse uma arma para a gente (...). Usamos a tecnologia e o conhecimento ancestral como uma forma de resistência, de proteção do nosso território", afirma à AFP, à margem da conferência.

Com câmeras de vídeo, drones, GPS, celulares e redes sociais, um grupo de jovens de sua cidade monitora a invasão de terras e a denuncia por meio de um aplicativo, explica Txai, coordenadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, que trabalha com 21 povos indígenas da Amazônia.

"Mas a tecnologia pode ser usada para o mal", alerta. "O mesmo satélite que usamos para proteger o nosso território é usado pelos invasores para destruir. No Facebook se vende terra indígena".

Cerca de 800 mil indígenas vivem no Brasil, a maioria em reservas que ocupam 13,75% do território, segundo dados oficiais.

- Família de ativistas -

Txai segue os passos de seus pais, ativistas que lutaram contra madeireiros ilegais e receberam ameaças de morte.

A jovem é produtora executiva do documentário "O Território", sobre a luta do povo Uru-eu-wau-wau e de sua mãe, Ivaneide Bandeira, contra a invasão de terras em Rondônia.

Seu pai, o cacique Almir Suruí, que ela define como "um visionário", foi o primeiro a recorrer à tecnologia "para salvar a floresta": em 2007, ele bateu na porta da Google na Califórnia e assim surgiu o mapa cultural dos Paiter Suruí no Google Earth, lembra.

Ele também foi o primeiro a levar um povo indígena brasileiro a trabalhar com o mercado de carbono, iniciativa que está paralisada enquanto é discutida com mais profundidade, "porque tem gente que quer se aproveitar".

Descalça, com o rosto pintado com linhas pretas e uma coroa de penas coloridas que enfeitam seus cabelos longos, Txai Suruí incentiva os empresários a visitarem a floresta.

"Precisamos que as pessoas que trabalham com tecnologia se reconectem com a nossa natureza (...). Aos que me dizem que querem me ajudar com novos aplicativos, eu digo: venham nos conhecer e ver o que precisamos", diz a ativista, que está cursando Direito.

- Ainda há preconceitos -

A jovem, que participou da conferência da ONU sobre mudanças climáticas COP26 em Glasgow, em 2021, lamenta ser a única indígena no Web Summit Rio.

"Ainda existe muito preconceito, muito racismo. A gente fala em democracia, mas que democracia é essa, se a gente não se vê no espaço?", questiona.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu há quatro meses, tem como prioridade o combate ao desmatamento. Lula assinou na semana passada decretos demarcando seis novos territórios indígenas, os primeiros desde 2018.

As novas reservas garantem aos indígenas o uso exclusivo dos recursos naturais e os cientistas afirmam que essas áreas atuam como um freio ao desmatamento na Amazônia.

No governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que prometeu antes de chegar ao poder "não ceder um centímetro" de terra aos indígenas, o desmatamento aumentou 75% em relação à década anterior.

"O olhar mudou (...), mas sabemos que temos um longo caminho pela frente", afirma Txai. "Meu papel é cobrar, pressionar, ainda restam muitos territórios para serem demarcados".

"Tem que fortalecer a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério dos Povos Indígenas, o do Meio Ambiente", acrescenta.

Para a jovem, o maior desafio vem de um Congresso Nacional "muito conservador, mais do que o último governo".

Em nível global, pede ao mundo que entenda que falar de mudança climática não é só falar de economia.

"Estamos quase num ponto sem volta (...). É preciso parar de pensar só na economia e pensar nas pessoas", afirma.

F.Schneider--NZN