Zürcher Nachrichten - Rei Charles III diz que não há 'desculpas' para violência colonial no Quênia

EUR -
AED 4.314099
AFN 76.936429
ALL 96.605599
AMD 448.400944
ANG 2.102883
AOA 1077.044807
ARS 1691.556453
AUD 1.764619
AWG 2.114155
AZN 2.001365
BAM 1.959379
BBD 2.366212
BDT 143.572249
BGN 1.956545
BHD 0.440843
BIF 3482.482632
BMD 1.17453
BND 1.517265
BOB 8.117793
BRL 6.365607
BSD 1.174841
BTN 106.244614
BWP 15.566367
BYN 3.463412
BYR 23020.795811
BZD 2.362806
CAD 1.618562
CDF 2630.948518
CHF 0.934916
CLF 0.027253
CLP 1069.11676
CNY 8.28573
CNH 8.284609
COP 4467.326371
CRC 587.670939
CUC 1.17453
CUP 31.125056
CVE 110.728901
CZK 24.276491
DJF 208.738004
DKK 7.472132
DOP 74.994227
DZD 152.329593
EGP 55.571073
ERN 17.617956
ETB 182.316528
FJD 2.660605
FKP 0.879936
GBP 0.878351
GEL 3.175767
GGP 0.879936
GHS 13.489529
GIP 0.879936
GMD 85.741137
GNF 10207.844111
GTQ 8.998437
GYD 245.78791
HKD 9.137671
HNL 30.777205
HRK 7.537789
HTG 153.990624
HUF 385.234681
IDR 19536.845016
ILS 3.785271
IMP 0.879936
INR 106.356551
IQD 1538.634822
IRR 49474.161194
ISK 148.465122
JEP 0.879936
JMD 188.10359
JOD 0.832789
JPY 182.940203
KES 151.401433
KGS 102.713135
KHR 4705.169188
KMF 492.719958
KPW 1057.060817
KRW 1732.409297
KWD 0.360233
KYD 0.979084
KZT 612.71658
LAK 25463.81945
LBP 105179.197597
LKR 363.02155
LRD 207.92129
LSL 19.826521
LTL 3.468083
LVL 0.710462
LYD 6.366402
MAD 10.795403
MDL 19.860192
MGA 5297.132504
MKD 61.543973
MMK 2466.385496
MNT 4167.553805
MOP 9.420668
MRU 46.676283
MUR 53.915339
MVR 18.092159
MWK 2039.576425
MXN 21.158465
MYR 4.812408
MZN 75.064681
NAD 19.826516
NGN 1706.088063
NIO 43.193401
NOK 11.906572
NPR 169.991784
NZD 2.023657
OMR 0.449616
PAB 1.174841
PEN 4.232665
PGK 5.002564
PHP 69.43241
PKR 329.132826
PLN 4.225315
PYG 7891.414466
QAR 4.276587
RON 5.092651
RSD 117.424033
RUB 93.579038
RWF 1704.243608
SAR 4.407202
SBD 9.603843
SCR 17.568707
SDG 706.484352
SEK 10.887784
SGD 1.517538
SHP 0.881202
SLE 28.335591
SLL 24629.319496
SOS 671.248424
SRD 45.275842
STD 24310.407882
STN 24.958771
SVC 10.279733
SYP 12986.886804
SZL 19.826507
THB 37.021631
TJS 10.796675
TMT 4.122602
TND 3.424975
TOP 2.827988
TRY 50.147872
TTD 7.972529
TWD 36.804032
TZS 2901.090478
UAH 49.639761
UGX 4175.627205
USD 1.17453
UYU 46.104017
UZS 14097.305357
VES 314.116117
VND 30897.196663
VUV 142.580188
WST 3.259869
XAF 657.154562
XAG 0.018954
XAU 0.000273
XCD 3.174228
XCG 2.117359
XDR 0.816516
XOF 655.388352
XPF 119.331742
YER 280.129715
ZAR 19.820676
ZMK 10572.187233
ZMW 27.109403
ZWL 378.198309
Rei Charles III diz que não há 'desculpas' para violência colonial no Quênia
Rei Charles III diz que não há 'desculpas' para violência colonial no Quênia / foto: Ben Stansall - AFP

Rei Charles III diz que não há 'desculpas' para violência colonial no Quênia

O rei Charles III afirmou, nesta terça-feira (31), durante uma visita ao Quênia, que não há "desculpas" possíveis para as atrocidades cometidas na época colonial pelo império britânico, mas não pediu perdão, como exigiam algumas vozes neste país do leste da África.

Tamanho do texto:

"Houve abjetos e injustificáveis atos de violência contra quenianos enquanto travavam (...) uma dura batalha pela independência e soberania. E para isso não pode haver desculpas" possíveis, declarou o monarca durante um jantar de Estado oferecido pelo presidente do Quênia, William Ruto.

Embora a visita de Estado de Charles e da rainha Camilla foi apresentada como uma oportunidade para olhar em direção ao futuro e fortalecer os laços entre Londres e Nairóbi, o Palácio de Buckingham havia dito que o monarca abordaria os "males" históricos cometidos durante as décadas de domínio colonial.

Trata-se da primeira viagem de Charles III, de 74 anos, como rei a um país da Commonwealth, a Comunidade das Nações britânicas. A visita acontece antes do Quênia celebrar o 60º aniversário da sua independência da coroa britânica, em dezembro.

Após serem recebidos pelo casal presidencial queniano William e Rachel Ruto, Charles III - vestido com um terno listrado azul adornado com uma papoula vermelha - e Camilla, vestida de branco, fizeram uma visita simbólica aos "Jardins da Liberdade" ("Uhuru Gardens" - "Uhuru" significa liberdade em suaíli) da capital.

O soberano depositou uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido neste local onde a bandeira queniana foi hasteada em dezembro de 1963, no lugar da "Union Jack" britânica.

- "A maior dor" -

O rei disse que esperava "conhecer algumas pessoas cujas vidas e comunidades se viram tão gravemente afetadas" pela violência colonial.

Entre 1952 e 1960, mais de 10.000 pessoas morreram durante a revolta Mau Mau contra o poder colonial, uma das repressões mais sangrentas do império britânico, que também deixou 32 colonos mortos.

Charles III afirmou que "os atos ruins do passado são responsáveis pela maior dor e pelo arrependimento mais profundo".

"Nada disso pode mudar o passado, mas encarando nossa história com honestidade e abertura, talvez possamos mostrar a fortaleza de nossa amizade atual, e fazendo isso, espero que possamos continuar construindo um vínculo cada vez mais estreito nos próximos anos", concluiu o rei.

Ruto afirmou que a reação do poder colonial aos movimentos de autodeterminação do Quênia foi "monstruosa por sua crueldade", mas destacou que a "valentia e disposição" do rei Charles para "dar luz a verdades incômodas" poderia ser o primeiro passo para alcançar "progressos, deixando para trás as vacilantes e equivocadas" medidas adotadas nos últimos anos.

- Desculpas públicas incondicionais -

No entanto, o rei não apresentou as desculpas exigidas por parte da população queniana.

No domingo, a ONG Comissão dos Direitos Humanos do Quênia (KHRC) pediu "ao rei, em nome do governo britânico, que apresente um pedido público incondicional e inequívoco de desculpas (...) pelo tratamento brutal e desumano infligido aos cidadãos quenianos durante todo o período colonial", entre 1895 e 1963.

A KHRC também pediu reparações "por todas as atrocidades cometidas contra diferentes grupos no país".

Após anos de processos judiciais, Londres concordou em 2013 em indenizar mais de 5.000 vítimas quenianas pelos abusos durante a revolta dos Mau-Mau.

O ministro das Relações Exteriores, William Hague, expressou então o "sincero pesar" do Reino Unido.

O casal real ficará em Nairóbi por dois dias. O programa inclui encontros com empresários, jovens, um banquete de Estado e uma visita a um novo museu dedicado à história do Quênia.

A Commonwealth, um vestígio do Império Britânico, reúne 56 países, na maioria antigas colônias britânicas, e está enfraquecida devido às críticas cada vez mais intensas sobre o passado colonial do Reino Unido.

Nos últimos anos, várias ex-potências coloniais expressaram arrependimento ou pediram desculpas pelos abusos cometidos no passado, como Bélgica, Países Baixos e Itália, entre outros.

Em junho de 2020, o rei Filipe da Bélgica expressou seu "mais profundo pesar" pelas "feridas" infligidas durante a época colonial no Congo Belga, atual República Democrática do Congo (RDC).

Sete anos antes, o governo neerlandês pediu oficialmente desculpas pelas execuções sumárias ocorridas na Indonésia durante o processo de descolonização nos anos 1940.

Esse gesto foi reforçado em julho do mesmo ano, quando o rei Wilem-Alexander dos Países Baixos pediu oficialmente desculpas pelo passado escravista de seu país durante a época colonial, afirmando-se "pessoal e intensamente" afetado.

Em 2008, o então primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi pediu desculpas à Líbia durante a assinatura de um tratado sobre a colonização (1911-1942).

W.F.Portman--NZN