Israel é primeiro país a reconhecer Somalilândia
Israel anunciou, nesta sexta-feira (26), o reconhecimento da Somalilândia, uma república que se separou da Somália e que até agora não havia sido reconhecida por nenhum outro país.
Esse território, do tamanho do Uruguai (175 mil km²), no extremo noroeste da Somália, passa a ser considerado “um Estado independente e soberano”, segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O presidente da Somalilândia, Abdirahman Mohamed Abdulahi, conhecido como “Irro”, comemorou imediatamente o que chamou de “um momento histórico”.
A Somalilândia se separou e declarou sua independência em 1991, quando a Somália estava mergulhada no caos após a queda do regime militar do autocrata Siad Barre.
Desde então, funciona de forma autônoma e se distingue por uma relativa estabilidade em comparação à Somália, afetada pela insurgência islamista Al Shabab e por conflitos políticos crônicos.
Até agora não havia sido reconhecida internacionalmente, o que a mantinha em isolamento político e econômico, apesar de sua localização estratégica na entrada do estreito de Bab al-Mandeb, uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, que conecta o oceano Índico ao canal de Suez.
Dadas as repercussões geopolíticas que a aproximação com Israel pode ter na região do Mar Vermelho, o anúncio provocou uma onda de condenações por parte da Somália, do Djibouti, do Egito e da Turquia.
Desde 7 de outubro de 2023, dia do ataque do Hamas ao território israelense, que desencadeou a guerra em Gaza, esse conflito teve repercussões regionais sem precedentes. Israel viu-se envolvido em várias frentes, entre elas com os rebeldes huthis do Iêmen, que tem parte de sua costa de frente para a da Somalilândia.
A Turquia denunciou a “política expansionista” de Israel e sua “manifesta ingerência nos assuntos internos da Somália”.
O Ministério das Relações Exteriores turco apontou “um novo exemplo das ações ilegais do governo Netanyahu, destinadas a criar instabilidade regional e mundial”.
L.Zimmermann--NZN