Zürcher Nachrichten - O perigo dos 'biopolímeros' nos tratamentos estéticos na Venezuela

EUR -
AED 4.272872
AFN 79.945756
ALL 97.366503
AMD 446.449822
ANG 2.082005
AOA 1066.770743
ARS 1495.494818
AUD 1.782879
AWG 2.096314
AZN 1.982239
BAM 1.952664
BBD 2.350105
BDT 142.587727
BGN 1.953743
BHD 0.43844
BIF 3469.229756
BMD 1.163327
BND 1.495315
BOB 8.071273
BRL 6.500552
BSD 1.163946
BTN 100.811718
BWP 15.689317
BYN 3.808804
BYR 22801.200349
BZD 2.337874
CAD 1.59595
CDF 3360.850388
CHF 0.93211
CLF 0.028453
CLP 1116.118932
CNY 8.322471
CNH 8.352213
COP 4848.570555
CRC 587.905212
CUC 1.163327
CUP 30.828154
CVE 110.094798
CZK 24.589211
DJF 207.247537
DKK 7.462874
DOP 70.805668
DZD 151.115312
EGP 56.654817
ERN 17.449898
ETB 161.902854
FJD 2.61842
FKP 0.860842
GBP 0.867597
GEL 3.152611
GGP 0.860842
GHS 12.162316
GIP 0.860842
GMD 83.759318
GNF 10099.778461
GTQ 8.932885
GYD 243.49589
HKD 9.132026
HNL 30.479047
HRK 7.530913
HTG 152.264319
HUF 397.492972
IDR 19072.331597
ILS 3.897441
IMP 0.860842
INR 100.854016
IQD 1524.737969
IRR 48990.592531
ISK 142.193669
JEP 0.860842
JMD 186.711722
JOD 0.824764
JPY 172.552711
KES 150.306749
KGS 101.564355
KHR 4661.072985
KMF 486.856096
KPW 1046.993856
KRW 1615.243449
KWD 0.355105
KYD 0.969851
KZT 632.777444
LAK 25098.31568
LBP 104279.453537
LKR 351.365459
LRD 233.362152
LSL 20.775553
LTL 3.435001
LVL 0.703685
LYD 6.303875
MAD 10.513604
MDL 19.610648
MGA 5171.316354
MKD 61.461285
MMK 2442.494085
MNT 4173.727247
MOP 9.410679
MRU 46.256892
MUR 52.791313
MVR 17.915355
MWK 2018.067903
MXN 21.743678
MYR 4.921995
MZN 74.406324
NAD 20.775553
NGN 1779.330953
NIO 42.831208
NOK 11.829658
NPR 161.299147
NZD 1.94564
OMR 0.4473
PAB 1.163821
PEN 4.12541
PGK 4.897177
PHP 66.526572
PKR 329.629438
PLN 4.262897
PYG 8717.997778
QAR 4.24382
RON 5.070357
RSD 117.13184
RUB 94.342537
RWF 1682.952296
SAR 4.364354
SBD 9.638271
SCR 16.454667
SDG 698.579586
SEK 11.145384
SGD 1.495613
SHP 0.914192
SLE 26.698356
SLL 24394.380649
SOS 665.183028
SRD 42.651624
STD 24078.510805
STN 24.460608
SVC 10.184642
SYP 15125.3411
SZL 20.781835
THB 37.784265
TJS 11.085642
TMT 4.083276
TND 3.411392
TOP 2.724622
TRY 47.183715
TTD 7.91471
TWD 34.482173
TZS 2989.74945
UAH 48.680931
UGX 4172.262946
USD 1.163327
UYU 46.647884
UZS 14645.170376
VES 139.917239
VND 30479.155569
VUV 137.967694
WST 3.186334
XAF 654.843318
XAG 0.030535
XAU 0.000352
XCD 3.143948
XCG 2.097578
XDR 0.806662
XOF 654.944485
XPF 119.331742
YER 280.303836
ZAR 20.783538
ZMK 10471.333271
ZMW 27.291586
ZWL 374.590674
Anúncio Imagem
O perigo dos 'biopolímeros' nos tratamentos estéticos na Venezuela
O perigo dos 'biopolímeros' nos tratamentos estéticos na Venezuela / foto: Magda Gibelli - AFP

O perigo dos 'biopolímeros' nos tratamentos estéticos na Venezuela

María Sánchez caminha lentamente por sua casa com duas bolsas de drenagem penduradas na cintura e as marcas de uma operação de reconstrução, após uma intervenção anterior que extraiu biopolímeros injetados há uma década na Venezuela para aumentar seus glúteos.

Anúncio Imagem

Tamanho do texto:

A cicatriz, que atravessa a região lombar, é uma dolorosa lembrança da cirurgia que retirou 90% de uma substância injetada em 2006 em um procedimento "estético" que ganhou através de uma revista.

"Fui mutilada", mas "tive que arcar com as consequências", disse à AFP Maria, de 50 anos, que teve 125 ml do produto colocado em cada nádega.

Os biopolímeros não encapsulados, diferentemente das próteses, são injetados e se expandem dentro do corpo. Sob este rótulo estão incluídas substâncias sintéticas, como parafina ou silicone líquido.

Seu uso foi proibido na Venezuela em 2012, após anos de ampla comercialização em clínicas "estéticas", salões de beleza e até mesmo em consultórios médicos.

"O que sai é óleo", explica o cirurgião plástico Juan Carlos Blanco, que tratou cerca de 50 casos nos últimos cinco anos, 20 dos quais terminaram em cirurgia, incluindo o de María.

Apesar da recorrência, não há dados oficiais sobre as pessoas afetadas por este tipo de tratamento, que já causou mortes documentadas na imprensa.

Entretanto, cada vez mais casos relacionados a dores crônicas chegam às clínicas e hospitais, como o de María, após anos sofrendo em silêncio e muitas vezes em meio à acusações de "vaidade".

"Estava colocando um estereótipo em mim, por não me sentir nada satisfeita com minha silhueta", diz ela, que passou 20 dias sem poder sentar após a cirurgia de reconstrução.

A Venezuela possui uma cultura de cirurgia plástica arraigada. Entre os principais procedimentos, o dos biopolímeros se apresentava como eficaz e menos invasivo para o aumento de glúteos, seios, panturrilhas e, no caso dos homens, do pênis.

- Erro de diagnóstico -

A presença dos biopolímeros ativa o sistema imunológico, que passa a atuar para combatê-los, um processo que provoca febre, inchaço e dor.

María foi diagnosticada sucessivamente ao longo de dois anos com artrite, reumatismo e lúpus, antes de determinar que o produto químico era realmente o causador das doenças.

"Nunca me passou pela cabeça que isso pudesse ser consequência dos polímeros", disse ela.

A intervenção cirúrgica para extrair esta substância pode chegar a US$ 11 mil (cerca de R$ 55 mil na cotação atual).

É o que cobram de Susana, que vai para sua terceira operação. Há 12 anos, a mulher de 39 anos aumentou os glúteos com a técnica dos biopolímeros e cinco anos depois, após a segunda gravidez, começou a sentir dores.

Susana, que pediu para mudar de nome para preservar sua identidade, mora no alto de um bairro nas colinas de Caracas e contou que se locomover é um problema.

"Eu não posso andar muito. Tenho que colocar meus pés em água quente", diz ela.

No entanto, cirurgiões concordam que é impossível retirar 100% do material injetado e quem oferece o contrário, "está mentindo", garante Blanco.

"Sempre vai sobrar um pouco", ressalta o profissional.

A abordagem cirúrgica é realizada há cerca de cinco anos, mas antes a recomendação era não tocar na área afetada.

Susana conta que, depois de adoecer, cometeu "o erro" de ter feito a cirurgia em 2017 com uma técnica contraindicada semelhante à da lipoaspiração.

"Eu não conseguia mais andar", lembra ela, ao relatar que outra médica a cobrou mais US$ 5 mil (em torno de R$ 25 mil) para remover "o que estava causando o dano".

Nesta terceira intervenção, a especialista "vai tirar tudo o que puder (...) E (ela me diz) para não odiá-la se deixar minhas nádegas 'retas'. Não vou odiá-la, vou agradecê-la muito", finaliza.

B.Brunner--NZN

Anúncio Imagem